terça-feira, 23 de junho de 2009

Twitter, pelo seu co-fundador Biz Stone



Sala lotada e disputada, gente sentada no chão. Biz Stone, co-fundador do Twitter, chegou calmo e super low-profile para sua palestra. Todos que conhecem e já participam do Twitter talvez não saibam que este empreendimento tem apenas dois anos, possui apenas 50 pessoas (não quer crescer muito mais do que isto) e fica sediado num loft em São Francisco (também não quer mudar de sede).
Se constatarmos que a REPENSE possui 100 pessoas fica muito simples (talvez até mandatória) - todos nós, enquanto empreendedores - valorizarmos o impacto que esta invenção trouxe, invenção que ainda nem sabe direito (pelo menos no discurso de Stone) como ganhará dinheiro. Sim, acredite se quiser: apesar do estouro mundial, o modelo comercial do Twitter é ainda um desafio para eles.
A criação do Twitter foi completamente inspirada nas redes sociais, só que agora levada para os celulares - esta foi a grande sacada: podermos acompanhar nossos amigos em tempo real, em qualquer lugar (num auditório em Cannes, em casa, no carro, no aeroporto) com pequenas mensagens de texto que podem ser tecladas de qualquer celular, de qualquer lugar, por pessoas de diferentes níveis sociais. Biz se orgulha em dizer que hoje existem 1,5 bilhões de usuários de Internet no mundo e – diferentemente das outras redes sociais que precisam (ou pelo menos são mais fáceis de usar) de uma interface mais robusta (notebooks), o Twitter pode ser usado apenas no celular, ou seja, tem um potencial de atingir os 4 bilhões de usuários de celular espalhados pelo mundo todo, incluindo os países subdesenvolvidos, uma vez que o celular pré-pago já é uma realidade para classe CD.
Por outro lado ele prefere se definir “integrador/comunicador”, não necessariamente uma rede social. Ele realmente não vê o Twitter como concorrente direto das redes sociais tradicionais (como Facebook), que possuem recursos muito mais poderosos. E o interessante é ouvir que ele NÃO QUER mudar isto. Pelo menos no discurso atual, ele diz que o Twitter não mudará seu formato simples, com poucos caracteres, pois esta foi a grande invenção e razão do sucesso que estão obtendo.
Com mensagens curtas e rápidas, o Twitter nos permite compartilhar o que estamos fazendo, pensando e rapidamente integra nossos amigos, colegas de trabalho ou seguidores (fãs, por exemplo). Saber o que está acontecendo neste exato minuto na vida de alguém muito querido ou especial ... Quem não curte isto?
Dada a “instantaneidade” da ferramenta, ela tem o poder de mobilizar e reunir pessoas rapidamente. Uma pessoa pode pedir socorro para amigos numa situação de risco, por exemplo. E foi isto que aconteceu num case relatado por Biz no Iran. Um usuário que estava twitando e filmando uma manifestação foi preso e através do Twitter conseguiu contatar amigos, que contataram seus advogados, que contataram a polícia, que contatou a embaixada e em poucas horas estava livre e aliviado. Este exemplo traduz o tamanho da revolução do Twitter em nossas vidas. A grande pergunta é: além do uso como PF, como as grandes empresas poderão tirar proveito desta nova ferramenta? Quem sairá na frente? O que já está sendo feito de inteligente e bacana?
Biz Stone falou rapidamente sobre exemplos da Ford, da Starbucks, da PepsiCo (sem esquecer das muitas celebridades e pop stars que têm tirado proveito da ferramenta), reforçando que o Twitter elimina a linha entre o “marketing” e o “atendimento a clientes”, pois as interações em tempo real muitas vezes resolvem problemas, facilitam a vida dos consumidores. Mas o exemplo que ele mais gosta de dar é o de uma pequena padaria que twita para comunicar o minuto exato em que seus biscoitos estão saindo do forno. Alguém tem dúvida de que vendem TODOS os biscoitos em segundos? Eu não tenho.
Por Otávio Dias sócio presidente da Repense
Fonte: Portal ABEMD 23/06/09

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