domingo, 16 de setembro de 2007

Marcas próprias já faturam R$ 6,7 bilhões, vendas cresceram 22,3% neste ano



As grandes indústrias que se cuidem, as marcas próprias vêm tomando espaço na gôndola no lugar de peixe grande, é a guerra das gôndolas. O supermercado Compre Bem no início, tinha o objetivo de atingir só este mercado, mas no final acabou não dando certo, é impossível manter uma rede só de marcas próprias, é necessário manter outras marcas que são extremamente consumidas, na realidade você precisa oferecer todos os produtos possíveis dentro da loja, tem consumidor que quer conforto e praticidade, achar tudo num só lugar. As grandes redes como Pão de Açúcar, Carrefour, Wal Mart, resolveram desenvolver e investir em marca própria com o intuito de ganhar mercado jogando o preço lá embaixo. Hoje já é um pouco diferente, ainda continuam apelando no fator "preço", mas estão investimento mais na qualidade. Essas marcas próprias inovam muito pouco pois a sua intenção é ser a seguidora do líder. Existe a premissa de que o público que mais consome marca própria são os de baixa renda e na verdade não. O baixa renda, às vezes, prefere não arriscar realizando a compra de um novo produto, "experimentar", portanto quando sobra um dinheirinho a mais, com certeza ele irá optar pela marca líder, agora quem tem maior poder de compra, naturalmente se arrisca mais e não tem receio de experimentar, pois se a qualidade do produto não estiver de acordo, o consumidor simplesmente joga fora e não compra mais o mesmo produto.

Marcia Pacini

O mercado de produtos com marcas próprias está crescendo no Brasil. Pesquisa feita pela Nielsen em parceria com a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) mostra que, atualmente, a oferta é maior, os preços estão caindo e o faturamento do segmento está aumentando. É uma boa notícia para os consumidores, que têm mais opções de compra, e para o setor de auto-serviço brasileiro. João Carlos Lazzarini, diretor da área de varejo da Nielsen, explica que as grandes companhias do setor, especialmente super e hipermercados, usam marcas próprias como plataforma de diferenciação. "O pulo do gato dessa estratégia é ligar a marca própria à bandeira do estabelecimento", diz.

É o que faz, por exemplo, redes como Wal-Mart, Grupo Pão-de-Açúcar e Carrefour, identificadas pela pesquisa como as três principais no mercado de marcas próprias, por número de itens vendidos. Mas, para a estratégia ser vitoriosa, é preciso ter uma bandeira muito forte, com credibilidade suficientemente grande para que o consumidor identifique a qualidade desejada nos produtos que oferece. "O equity da bandeira tem que ser muito forte. Caso contrário, o consumidor não identifica o produto de marca própria como sendo de qualidade", disse Lazzarini, durante a apresentação do 13º Estudo Anual de Marcas Próprias, na tarde desta quarta-feira, na sede da Abras, em São Paulo.

Na prática, produtos com marca própria funcionam como uma ferramenta para fidelizar o consumidor. E, ao contrário das marcas de grandes fabricantes, não exigem grandes investimentos em propaganda para se tornarem conhecidas. "Conceitualmente, esse segmento não faz anúncio em TV", diz Marco Quintarelli, coordenador geral de varejo e membro do Comitê Abras de Marcas Próprias, explicando que a ação encareceria muito o produto. Segundo ele, o que as grandes redes normalmente fazem é degustação no ponto-de-venda.

Em ascensão

A pesquisa da Nielsen, que abrange os 12 meses entre agosto de 2006 e julho de 2007, mostra que o faturamento das marcas próprias avançou 22,3%, para R$ 6,7 bilhões, valor equivalente a 5,5% de participação no faturamento total do setor de auto-serviço, que foi de R$ 124,1 bilhões em 2006. No período anterior, o segmento faturou R$ 5,7 bilhões (4,8% de participação). Em volume, a participação das marcas próprias no setor de auto-serviço no país passou de 5,9% em 2006 para 6,8% neste ano, uma alta de 25,7%. Ao mesmo tempo, os preços desses produtos caíram. No ano passado, custavam, em média, 16% menos que as marcas fabricantes. Hoje, estão cerca de 19% mais baratos.

As dez categorias de produtos que mais vendem (juntas, representam 44% do total comercializado) são, pela ordem: leite longa vida, óleos comestíveis e azeites, papel higiênico, arroz, bolachas/biscoitos, pães, açúcar, salgadinhos/batata frita, televisores e café em pó. A pesquisa mostra ainda que o número de itens comercializados caiu 17% neste ano, para 29.754, devido a um corte que o Carrefour fez nos têxteis de marca própria vendidos em toda a rede. "É bem provável que o Carrefour tenha feito um reposicionamento da sua marca em têxteis", analisa Quintarelli.
Geograficamente, as maiores taxas de crescimento estão concentradas nas regiões metropolitanas da Grande São Paulo e Grande Rio de Janeiro, com 6,3% e 4,5% de alta, respectivamente. o Centro-Oeste aparece com destaque entre as regiões do país, com alta de 11,5% na oferta de produtos com marcas próprias. O número de empresas que têm marcas próprias também cresceu. Passou de 107 em 2003 para 119 neste ano.

Fonte: Mmbymail – Últimas Notícias do Meio&Mensagem 12/09/07– autor do texto Cláudia Bergamasco

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